sábado, 5 de setembro de 2009

.Ellie e Frederickson

Ora bem, ir ao cinema sempre foi um bichinho que nos mordeu. Gostamos de filmes. Dos bons, claro está. E vê-los num ecrã de vários metros, numa sala escura e com um som digno, é algo a que, há muito, nos rendemos.

Desenhos animados é coisinha a que também não ficamos indeferentes. Afinal, continuamos a ser umas crianças... (para quem tinha dúvidas, eis que surge a confissão). Então, volta e meia, lá vamos nós ver bonequinhos ao cinema city. E se no nosso tempo de infância a animação se centrava em histórias um tanto ou quanto dramáticas, hoje a moda virou e estes filmes são as melhores comédias que aí andam. Pequena Sereia, Dumbo, A Dama e o Vagabundo retratam cenas cheias de emoção. Os mais choramingas (como eu) não conseguem deixar de sentir uns arrepeios na espinha. Já Shrek, Bolt, Madagascar e outros tantos são oportunidades únicas de largar umas valentes gargalhadas.

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Bom, estamos de férias, estamos felizes e apetece-nos rir. "Então 'bora ver o UP, a Leiria. Deve ser muita giro!" As luzes apagam-se e lá estamos nós, tipo ilha, únicos adultos sem crianças, sentados no meio da sala. Mas tudo vale a pena se é para diversão. Reclames, patrocínios, anúncios, blá blá blá. Nomes diferentes, um objectivo: publicidade... Eis que, finalmente, começa o dito cujo...

Frederickson e Ellie conhecem-se em crianças. São parecidos. Ah pois são! Os mesmos gostos, os mesmos sonhos, desejos, expectativas e maluquices. Casal perfeito. Casam. Não têm filhos... Não porque não queiram... Constroem um lar, uma casa. Passeiam. Sonham. Ficam mais velhos. Sorriem. Choram. Ficam mais velhos. Apoiam-se. Amam-se. Ficam mais velhos. Ellie adoece. Ellie morre. Fredericckson fica só, numa casa cheia de... Ellie e Frederickson... Isto corresponde a uns 5 minutos do filme. Nesta altura, já eu era uma autêntica banheira de lágrimas... Mas uma coisa descontrolada. É o que dá contar, e contar bem, uma história tão verdadeira, comum e inerente ao Ser Humano. "Ok, para quem vinha ver comédia, isto está bem encaminhado."

Esta história marcou-me, sim. Porque retrata a vida de um casal que se ama até ao fim e que deixa um sonho comum por concretizar. Retrata a história do membro do casal que fica só, sem a companhia de uma vida, sem o amor de uma vida. Fala de magia, de força e energia. Fala de projectos comuns e da ligação material que temos às coisas que fizeram parte da vida de alguém que amamos.

É verdade que sou uma torneirinha, mas acredito que histórias que falem de sentimentos, de ligações fortes, sensíveis e poderosas entre pessoas, não passem despercebidas. Não podem passar...

E um dia, quando olhar para trás, quero ver em nós uma Ellie e um Frederickson.

1 comentário:

  1. Resta-me acreditar que um dia..
    vou escrever assim..

    :))))))))

    Xi-coração apertadinho!

    Fifi

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